A coleta seletiva e a reciclagem de lixo têm um papel muito importante para o meio ambiente. Por meio delas, recuperam-se matérias-primas que de outro modo seriam tiradas da natureza. A ameaça de exaustão dos recursos naturais não-renováveis aumenta a necessidade de reaproveitamento dos materiais recicláveis, que são separados na coleta seletiva de lixo.
Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel (Azul), o vidro (Verde), o metal (Amarelo) e o plástico (Vermelho). Além desses existem também:
-Preto: madeira
-Laranja: resíduos perigosos
-Branco: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde
-Roxo: resíduos radioativos
-Marrom: resíduos orgânicos
-Cinza: resíduo geralmente não reciclável, misturado ou contaminado, não sendo possível de separação.
Existem resíduos que afetam mais o meio ambiente e que são perigosos a população, como por exemplo os resíduos de laboratórios.
Eles tem sua própria maneira de serem separados e coletados.
Resíduos de Laboratório
Quando falamos em resíduos de laboratório é importante levar em consideração que as classificações gerais ou específicas devem ser usadas como a direção básica a seguir e mesmo com poucos itens a ser descartado deve-se sempre fazer um diagnóstico local, das características toxicológicas, natureza das exposições a estes resíduos, volumes envolvidos, dentre outras fatores.
A seguir veremos alguns sistemas de classificação que são baseados na incompatibilidade química e riscos de exposição por inalação e por contato principalmente.
·Regras básicas para coletar resíduos em laboratório
Grandes quantidades - colete os resíduos sólidos, luvas contaminadas, vidros, papéis, etc, em caixas de papelão com dois sacos de plástico.
Os líquidos devem conter a descrição da natureza de solutos e solventes e as concentrações. Também tem que descrever a quantidade de água presente. Procurando ser sempre o mais exato possível nas descrições.
·Classificação
Um resíduo químico só é considerado de risco quando listado especificamente em publicações dos órgãos oficiais de controle nacionais e internacionais ou se ele se enquadra em uma das quatro características a seguir:
1- Resíduo que possa servir como fonte de ignição;
É um líquido que tenha o ponto de fulgor menor que 140ºC. Um sólido capaz de causar fogo por atrito, por absorção de umidade ou que sofre mudanças químicas espontâneas que resultem em queima intensa e persistente.
2- Resíduos corrosivos;
São soluções aquosas de pH menor ou igual a 2 ou maior ou igual a 12,5.
3- Resíduos reativos;
São soluções aquosas de materiais instáveis que sofrem mudanças químicas violentas sem detonação, podem reagir violentamente com água formando misturas potencialmente explosivas ou que podem gerar gases perigosos ou possivelmente letais. Materiais detonantes ou explosivos também se incluem nesta classe.
4- Resíduo tóxico;
É o resíduo que contém um dos seus componentes em concentrações iguais ou maiores que os valores das tabelas de concentração máxima de resíduos tóxicos.
·Alguns cuidados específicos para esses tipos de resíduos
1- Soluções de formol ou formaldeído;
Soluções diluídas devem ser estocadas segundo critérios específicos definidos por órgãos oficiais ou no Plano Interno de Higiene Química da instituição. O formaldeído é um agente suspeito de provocar câncer com baixos índices de exposição permitida e poucos sintomas de advertência.
2- Soluções de brometos de etídio;
São agentes mutagênicos em altas concentrações. Soluções muito diluídas devem ser descartadas com descargas em vasos sanitários ou linhas de esgoto especiais. A concentração máxima para a execução destes procedimentos é de 5 ppm ( parte por milhão ). *Nunca dilua soluções propositadamente para atingir este valor.
Géis de brometo de etídio - colete em sacos plásticos duplos. O descarte deve ser feito segundo normas específicas de órgãos oficiais ou da própria instituição.
3- Líquidos que sejam fontes de ignição e solventes orgânicos;
Mantenha separados solventes halogenados de solvente não-halogenados se possível. Separe os solventes orgânicos de soluções aquosas quando possível.
Mantenha os solventes acidificados separados de outros solventes e resíduos ácidos.
4- ácidos, bases e soluções aquosas;
Não misture ácidos inorgânicos fortes ou oxidantes com compostos orgânicos. Mantenha ácidos, bases e soluções aquosas contendo metais pesados separados de outros resíduos.
Evite misturar ácidos e bases concentradas num mesmo recipiente.
5- Soluções contendo mercúrio;
Mantenha estes resíduos separados de todos os outros.
6- Materiais corrosivos;
Os resíduos listados a seguir não devem ser misturados a quaisquer outros em nenhuma circunstância. Estes líquidos devem ter recipientes especiais para seu descarte.
Ácido nítrico em concentrações superiores a 40%.
Ácido perclórico.
Peróxido de hidrogênio em concentração superior a 52% em peso.
Ácido nitroclorídrico.
7- Resíduos tóxicos;
Verifique as tabelas e siga procedimentos específicos de descarte.
8- Resíduos muito tóxicos;
Procedimentos especiais definidos por órgãos oficiais ou no plano de higiene química da instituição.
9- Resíduos de amianto;
Devem ser fixados em aglomerantes naturais ou artificiais como, cimento, plástico, asfalto ou resinas. Seguir procedimentos definidos pela instituição.
·A Eliminação dos Resíduos
Todos os produtos químicos de laboratório são geralmente resíduos de "caráter especial". Sua eliminação deve ser cuidadosa, observando-se as leis físicas válidas em seu estado ou na sua cidade. Recomenda-se sempre o contato com o órgão responsável ou com o responsável do programa de higiene química da instituição.
·Recolhimento desses Resíduos
Para que tais resíduos de laboratório possam ser eliminados de forma adequada é necessário ter-se a disposição recipiente de tipo e tamanho adequados. Os recipientes coletores devem ter alta vedação, serem confeccionados de material estável e em alguns casos serem combustíveis. Deve-se colocar em local ventilado principalmente quando contiverem solventes. Nos recipientes C, E e I os resíduos são colocados em embalagens separadas devendo ser de plástico resistente ao rompimento. Para se proteger de danos no transporte é necessário se utilizar material de amortecimento (ex. vermiculita). Os líquidos derramados podem ser absorvidos facilmente com Chemizorb granulado, em pó ou equivalente. Na falta deste pode-se usar uma mistura de areia, resíduos de cerâmica porosa e bicarbonato de cálcio.
Os recipientes coletores devem ser caracterizados claramente de acordo com o seu conteúdo, o que também implica em se colocar símbolos de periculosidade.
Deve-se lembrar que aqui são descritas regras gerais, que devem ser utilizadas como apoio, mas recomenda-se que antes da produção de qualquer resíduo se faça um planejamento específico.
Para se eliminar resíduos de laboratório é frequentemente necessário inativá-los como veremos a seguir.
·Classificação dos recipientes
A. Solventes orgânicos e soluções de substâncias orgânicas que não contenham halogênios.
B. Solventes orgânicos e soluções orgânicas que contenham halogênios.
C. Resíduos sólidos de produtos químicos orgânicos que são embalados em sacos plásticos ou barricas originais do fabricante.
D. Soluções salinas; nestes recipientes deve-se manter o pH entre 6 e 8
E. Resíduos inorgânicos tóxicos, como, por exemplo, sais de metais pesados e suas soluções; descartar em frascos resistentes ao rompimento com identificação clara e visível (consultar padrão da instituição ou legislação específica)
F. Compostos combustíveis tóxicos; em frascos resistentes ao rompimento com alta vedação e identificação clara e visível.
G. Mercúrio e resíduos de seus sais inorgânicos.
H. Resíduos de sais metálicos regeneráveis; cada metal deve ser recolhido separadamente.
I. Sólidos inorgânicos.
·Recolhimento e desativação de resíduos de laboratório
A finalidade destas indicações é transformar produtos químicos ativados em derivados inofensivos, para permitir o recolhimento e eliminação segura.
Ao se manejar produtos químicos de laboratório e principalmente ao se desativar produtos químicos deve-se ter a máxima precaução, visto que são muitas vezes reações perigosas. Todos os trabalhos devem ser executados por pessoal habilitado com o uso de roupas e material de proteção adequada a cada finalidade. Insiste-se para que a inativação seja feita em escala reduzida, podendo-se fazer adaptações.
Os benefícios obtidos com a minimização dos resíduos incluem a racionalização dos procedimentos visando menor consumo de reagentes e o decréscimo dos custos com tratamento e disposição final, uma vez que previne a contaminação ambiental, seja por despejos gasosos, sólidos ou líquidos. A prevenção da poluição é a mais alta forma de proteção ambiental. Se a redução da fonte geradora não é possível, então a poluição deve ser reciclada de maneira ambientalmente segura. Se a reciclagem também não for possível, então a poluição deve ser evitada, com modificação metodológica do processo analítico. O descarte no ambiente deverá ser entendido e praticado como último recurso, sendo realizado de maneira ambientalmente segura.
Se esses resíduos não forem descartados devidamente trazemgrandes consequências ao meio ambiente, como: poluição das águas, dos solos e ate mesmo do ar comprometendo assim o ecossistema como um todo.
No Brasil, assim como na maioria dos países se fala ainda muito pouco em coleta seletiva, em descartar os resíduos corretamente. Tem muita propaganda, mas no final das contas acaba a maioria desses dejetos acabam todos em um só lugar, no aterro sanitário.
Nos como alunos de Engenharia Ambiental da ÁREA 1 queremos chamar a atenção da diretoria para que promova palestras para melhor orientar os alunos e cursos para funcionários que estejam ligados direta ou indiretamente com a manipulação de resíduos sobre o destino ideal para cada descarte, atuando como multiplicadora de informação. Implementado cursostomando por base as seguintes atividades: a) inventário e classificação dos resíduos em função de suas características físicas e químicas;
b) separação dos resíduos diretamente na fonte em que são gerados, prevenindo-se a mistura de resíduos perigosos com sólidos, evitando o aumento do perigo e do volume final de despejos;
c) transferência de poluentes de uma fonte a outra ( coleta de emissões de orgânicos de uma capela em um filtro de carbono que deverá ser tratado ou descartado);
d) concentração dos resíduos com o objetivo de reduzir o volume;
e) outros tratamentos ( exemplo: neutralização); e
f) descarte apropriado e legal.
Desta forma esperamos ajudar a trazer melhorias á faculdade e por consequência ao Planeta.
Equipe: Jean Jorge, Yago Costa, Gabriela Prazeres, João Felipe, Daniela Coelho, Monique Gonçalves